Ela não tinha mais nada. Nem mesmo suas frases de efeito. Passava seus dias na mais miserável mediocridade, e aquilo lhe acalmava. Não queria ser grande. Esse desejo era para idiotas e egocêntricos. Não tinha objetivos de vida. Costumava sentar todas as noites na varanda e acender um cigarro e esse era o máximo de compromisso que podia ter consigo mesma ou qualquer coisa. Sempre tragava devagar, como quem aprende a respirar.
A maioria das pessoas passam pela vida sem saber como se respira.
Costumava ficar entediada facilmente, então largava projetos, empregos e relacionamentos. Aprendera que as pessoas podem ser bastante desinteressastes. Por isso ia abandonando-as pelo meio do caminho.
Era uma grande filha da puta. Das piores. Daquelas que você não consegue deixar de gostar.
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