segunda-feira, 2 de março de 2009

de ninar


Hoje é dia de contar historias tristes. Da cor de limão com feijão. Eu sei, não combina. Por isso mesmo. Dia de jogar os sonhos no chão, amassando devagar, como uma flor amarela jogada em frente a parada de ônibus só para ser esmagada. De cores apagadas com borrachas gastas, que mancham tudo de azul e cinza. Dia de narizes escorrendo, olhos rosados e fugas no meio da noite. Vamos, coloca tudo em uma mala velha, aquela, turquesa com desenhos. Meias sujas, camisas gastas, casacos rasgados, aquele short antigo e me passa também a blusa bege. Vou embora, e não conta pra ninguém. Me dá esse chapéu também. Agora senta aqui, comigo. Seca essas lágrimas tristes e me dá um abraço antes que tudo acabe. eu sei, eu sei. Segura aqui esse pedaço de papel, com todas as coisas feias que já te escrevi, me dá um beijo, rápido, antes que eu desista. Adeus. Hoje me apego a coisa pequenas, como um capuccino quente e elogios verdadeiros. Somente os verdadeiros, com voz de alma, os falsos jogo fora, na lata de lixo. Oi, quem é você? Não diga. Eu preciso não-conhecer ninguém. Apenas ficar na companhia de estranhos e desconhecidos. Com eles eu sou mais eu. Agora me deixa chorar sozinha, nesse banco qualquer. Numa praça qualquer. Ei menininha, chora comigo.

e os olhos? cansados.




foto por lina scheynius

2 comentários:

André Cézar disse...

Triste. :|

Magda Tomaz disse...

:) Deixa eu sentar do teu lado. Juro que não falo nada. Olha pra mesma direção que você, e se eui não entender nada, faço cara de quem tá entendo e depóis de alguns anos eu digo a verdade pra você. Que foi tudo por amo. Amo tu. Bjux