quinta-feira, 7 de março de 2013

coleção de saudades






Dizem que não existe amor em São Paulo. Mentira. Já estive lá e encontrei vários. 

Teve amor de praça, de peça, de trem, de amigo. Teve amor de coisa, de livros, filmes e sabores. Desses que a gente só encontra em um bom sebo ou em um sanduíche de mortadela no mercado municipal. Amores de paisagens, que fazem a gente pensar na vastidão desse mundão.

Teve amores que gostavam de samba. Dançavam no meio da cozinha uma valsa, cantavam músicas antigas que tocava em um rádio qualquer. Teve aqueles que gostavam de uma caminhada no meio da noite, um banho de chuva, uma camiseta emprestada. Desses que a gente se sente a vontade sem nem conhecer

Encontrei amores quando não procurava, enquanto fugia de mim, dos outros e dos amores que não conseguia gostar. E encontrei  aqueles que, assim como eu naquele tempo, não acreditavam que podiam amar. Não conseguia ver amor nos pequenos pedaços de sentimentos que iam deixando por aí, entre um beijo roubado, umas latas de bebida em um praça qualquer ou um afago sem compromisso durante longas conversas sobre essa nossa impossibilidade de gostar.

Por isso, de vez enquando dá uma saudade daquilo que a gente já viveu. Amor só é bom quando fica assim, vira afeto e lembrança. Dá aquela nostalgia gostosa de ter.

Eu sou  aqueles que gosta de colecionar saudades.

Um comentário:

Marina disse...

É vero... existe amor em sp sim!