domingo, 15 de agosto de 2010

Acho que com o tempo a gente esquece como é estar em casa. Ou talvez seja o contrário, nossa casa esquece da gente, e por isso vá mudando as coisas de lugares. Algumas panelas, copos, talvez ate um caderno. Tudo para falar, da maneira que as casa falam, que nós não pertencemos mais aquele lugar. Ou que nunca tenhamos pertencido, mas só agora começamos a perceber a verdade. Ou então tenha deixado minha casa para trás, um pedaço com cada pessoa que fui conhecendo pelo caminho. Um telhado ficou lá por Jardim da Penha, uma porta na Praia da Costa, e alguns copos foram ficando na Rua da Lama; e agora me falta pedaço por aqui. Sem teto ou chão, só algumas paredes. Mas não dá nem para armar uma rede. A minha metade ficou por lá.

Um comentário:

Lia Araújo disse...

A gente deixa sempre um pedaço da gente em todos os lugares onde nos sentimos bem... a gente olha pra trás... olhar pra trás é partir incompleto... só te sobrou paredes? Derrube-as...
Quintana diz:"Eu não tenho paredes. Só tenho horizontes"

E quando você tiver muitos horizontes, você vai ser a mais completa milésima parte de você que jamais sentiu...

boa semana