sábado, 21 de novembro de 2009

Putas Ancas

Fecharam os olhos. Inspiraram. Deixaram que cada pedaço do ar entrasse, pouco a pouco, pelo nariz, laringe, pulmões. Expiraram. Abriram os olhos, cada uma daquelas bolotas marrons fitando-se. Os lábios vermelhos. A pele branca. Fecharam os olhos. Deixaram que o tempo passasse por dentro dos poros, um a um. Inspiraram. O peito nu erguendo-se lentamente. Devagar. Expirou. Abriu os olhos. Só ela desta vez. Escorou seu rosto no ombro dele, deixou que a mão caminhasse por ele. Inspirou.Por todo ele. Pousou. Fechou os olhos. Expirou. Ele abriu. Ficou a observá-la. Cada pedaço, cada pele, cada pelo. Inspirou. Tocou-lhe as ancas. Podres ancas. Ancas podres. Expirou. Ela abriu os olhos. Inspirou. Fitaram-se. Puta, ele falou e beijou-lhe a cicatriz. Ela cuspiu no rosto dele. Expirou. Inspirou. Ele a mordeu. Ele a comeu. Ela deixou. Expirou. Inspirou. Expirou. Inspirou. Ofegou. Puta, ele repetiu. Levantou. Ela expirou. Ele Expirou.