domingo, 20 de setembro de 2009

Sobre bichos de estimação

Depois de algumas semanas focada na II Conferência de Cultura de Rio Branco, pude confirmar nesse domingo o que eu já tinha percebido: minha cachorra morreu. Ela já estava doente há um tempo, e quando finalmente conseguimos dinheiro para levá-la ao veterinário ela percebeu que tínhamos algum plano e começou a sumir, aparecendo em casa apenas durante a madrugada para comer a ração que deixávamos do lado de fora. Um dia, ela simplesmente parou de aparecer. Como já tive muitos bichos, sei muito bem o que isso significa.

A primeira vez que um dos meus cachorros se recolheu, eu fiquei meses dizendo para minha mãe que ele poderia voltar a qualquer hora e observando atentamente pela estrada para ver se ele aparecia. Até hoje quando eu vejo um cachorro igual aquele, como se finalmente tivesse acontecido.

Eu não sou muito fã de cachorros, eles me irritam bastante. E eu não tenho muita paciência para cuidar deles, isso é fato. Mas eu sempre fui cercada por animais de estimações. Que eu me lembre, já passaram pela minha casa cerca de 20 gatos, 10 cachorros, alguma galinha e 1 jacaré. Tá, esse último não era nosso, mas aparecia de tempo em tempo no “açude” lá de casa (que na verdade não era nosso, só o açude do vizinho que na época de chuva ficava grande e invadia um pouco do final do nosso terreno). Quando tinha 8 anos, fiz o enterro de um pintinho. Ele tinha perdido uma perna e foi abandonado pela galinha mãe. Eu vi isso, então passei o dia com ele, e no meio da tarde ele morreu na minha mão. Eu enterrei em baixo de uma árvore na minha antiga casa e coloquei varias flores em volta. Foi o único bichinho que fiz um enterro. Os outros ficaram a cargo do meu pai.

Sinceramente? Nas imagens que eu sempre fiz do futuro (tipo quando te perguntam como você se vê daqui a 10 anos) eu nunca imaginei marido, filhos ou casas com cerca branca. Mas sempre me imaginei com um animal de estimação. Na maioria das vezes com um gato, que são mais fáceis e eu realmente me identifico com o jeito introspectivos e independente deles. Mas facilmente consigo me imaginar com algum cachorro, como o Negão (um que tive há uns cinco anos atrás e morreu com uma picada de cobra).

Quando percebi que minha cachorra não aparecia em casa por um tempo, e imaginei que ela tivesse morrido, fiquei com raiva. Já tinha me disposto a pagar a consulta do veterinário, já tinha falado com a familia e rapidamente culpei minha mãe. Mas, claro, isso passou. Ninguém tem culpa de coisas como essas. Mesmo não tendo certeza, já previa o que tinha acontecido, e do meu jeito passei pelos estágios da morte de um animal de estimação. E agora que já aceitei, veio de novo aquele anseio que tenho toda vez que não tenho um bichinho. Eu preciso tê-lo ao meu lado, mesmo que seja só pra ficar olhando e saber que estão aí. Já propus a aquisição de um novo cachorrinho, e claro, minha mãe disse que não. Lembrou que eu nunca cuido dos meus animais, o que é verdade. Então propus um gato, que não dá tanto trabalho. Ela fechou a cara, não gosta de gatos. Ate convencer a dona da casa, estou sem bichos de estimação.


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