sexta-feira, 12 de junho de 2009

estradas em preto-e-branco

Caia assim, em preto e branco, por uma estrada que parecia ter saído de Sin City. Levantou e caminhou, como se procurasse algo, não sabendo exatamente o que. Encontrou o rapaz de cachinhos loiros, que sorria de lado e falava com a língua arrastando. Sotaque de quem não é daqui, ou de lugar algum. Nenhum. Sotaque de quem mora onde não se nasce só se vai. Só se cria (expectativas). Sussurrou-lhe alguma coisa, mas as palavras se perderam no vento. No tempo e no espaço. Já não lembrava mais. Era um conselho ou uma ameaça. Continuou caminhando, devagar, sem medo, sem pressa, sem rumo. Foi encontrando pessoas sentadas pela estrada, em malas marrom-coco e mochilas azul-partido. Falou com alguns, só aqueles que não conhecia.



Caminhou, mas não chegou a lugar nenhum.

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