terça-feira, 30 de dezembro de 2008

esconde-esconde


Eu me escondo por de baixo dos dedos finos, como se o simples fato de eu não ver o mundo, significasse que o mundo também não podia me ver. Ilusão infantil de uma proteção que não existe, nunca existiu. Mas continuo me escondendo, olhando o mundo meio que por entre os dedos, tentando espiar aquilo que tenho medo. Nessa eterna brincadeira de esconde-esconde, atrás de portas, janelas, paredes e pessoas, sempre fui uma garota tímida, do tipo que se protege atrás da saia da mãe. Hoje em dia não me escondo atrás dela ou desses escudos fakes. Eu me escondo em mim, e vou caminhando, sempre fingindo ser quem não sou, mas aquilo que gostaria de ser ou do que os outros querem que eu seja. Eu encontrei novas formas de me esconder do mundo, e olhá-lo sempre de relance, por entre os dedos finos de criança.

Um comentário:

nomade15 disse...

ja tem o caderninho pequeno e preto?