domingo, 6 de julho de 2008

A cidade das coisas perdidas


"(...)Nos corredores do terminal, 100 mil cafezinhos e 12 toneladas de pão de queijo são consumidos por mês, 300 quilos de chiclete desgrudam-se do chão a cada grande faxina e 60 mil passageiros vão e vêm, a cada dia. Todo mês, 1,4 milhão de créditos telefônicos são consumidos nos orelhões, o que equivale a 46 mil horas de conversa ou 84 milhões de “alôs” repetidos à exaustão. São 63 lojas e onze quiosques, 650 quilowatts de energia por hora, 9 milhões de litros de água e 1 mil quilômetro de papel higiênico (dentro ou fora dos cestos de lixo). Ao todo, 1 806 funcionários trabalham em três turnos: 445 na administração, 346 nas lojas, quatro mocinhas no balcão de informações e a filosófica atendente Rosângela, que odeia quando não olham para ela e lhe cospem ordens, números ou interrogações sem sentido. (...) um lugar onde mocinhas sobem as escadas do desembarque sem olhar para trás, homens ultrapassam a linha amarela para abraçar parentes e um velhinho cochila em silêncio, em cima de sua bengala. (...)A rodoviária do Tietê é uma cidade de chicletes abandonados, de pessoas com pressa e de coisas perdidas.(...)"

(BARBARA, Vanessa, A cidade das coisas perdidas, Revista piauí, ed. 22)

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Um comentário:

Maldito disse...

Muito Excelente,...
Adorei