sexta-feira, 16 de maio de 2008

O Gigante

Olhava o céu, sem saber o que fazer. Observava cada nuvem, branca, cinza, grande ou pequena. E prestava bastante atenção no azul, que quase lhe hipnotizava. Tentava se concentrar em toda aquela beleza, mas sentia o braço dele lhe prendendo. Sentia-se como um gigante, sentado em uma cadeirinha do primário. Ou uma criança do primário, presa entre dois gigantes: Ele e o ônibus. É, provavelmente ele era o gigante. Tinha braços de gigante. Braços que lhe prendiam contra a parede do ônibus (que naquele momento lhe parecia um outro gigante. Ou o estomago de um gigante, onde estava presa, como Pinóquio dentro da baleia. Talvez o ônibus na verdade fosse uma baleia). Suspirou e tentou se concentra na nuvem, no céu, no azul e na música. Sim, a música. Começou a cantar, baixinho. Ou talvez não tão baixinho assim, porque de alguma forma o gigante começou a se afastar.

Um comentário:

Anne Nascimento disse...

o gigante deveria mesmo é tá incomodado. Porque ninguém merece ônibus.