quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Textos e Poemas

Estou cansada de poemas. Cansada de falar tudo em códigos que ninguém mais entenda, há não ser eu (e a pessoa que eu quero que entenda). Estou cansada de me esconder entre palavras e parênteses e dizer tudo sem nunca falar nada. Estou cansada de segredos. Simplesmente não agüento mais. Quero poder falar de tudo sem medo.
Mas não consigo mais.
Quando vejo já transformei tudo num grande poema. Escondendo-me em frases incompletas e contando a historia sempre pela metade.
Eu simplesmente não consigo mais ser sincera.
Estou sempre mentindo sobre mim para mim (e para os outros).

Às vezes tenho medo de me transformar numa mentirosa compulsiva.
Só às vezes.
Mas ai paro e penso. Será que as mentiras são tão ruins assim? Se fossem eu não iria usá-las tanto, não é?

Tenho medo de encarar a verdade. Então minto. Para mim. Sempre.

(e logo o texto vira poema. E eu não consigo me soltar desse vicio de meias palavras, reticências e parênteses. Quando vejo já me escondo novamente em meias verdades e escrevo minha vida em entrelinhas. Não agüento mais as entrelinhas. Alguém me ajude a escrever textos e me tire do mundo dos poemas, antes que eu enlouqueça.)

5 comentários:

rayza. disse...

vc sabe o que quer falar?
isso ajuda.
eu nunca sei.

Anônimo disse...

Amor Maduro

O amor maduro não é menor em intensidade. Ele é apenas quase silencioso. Não é menor em extensão. É mais definido, colorido e poetizado.

Não carece de demonstrações: presenteia com a verdade do sentimento. Não precisa de presenças exigidas: amplia-se com as ausências significantes.

O amor maduro somente aceita viver os problemas da felicidade. Problemas da felicidade são formas trabalhosas de construir o bem e o prazer.

Problemas da infelicidade não interessam ao amor maduro.

O amor maduro cresce na verdade e se esconde a cada auto-ilusão. Basta-se com o todo do pouco. Não precisa nem quer nada do muito.

Está relacionado com a vida e a sua incompletude, por isso é pleno em cada ninharia por ele transformada em paraíso. É feito de compreensão, música e mistério. É a forma sublime de ser adulto e a forma adulta de ser sublime e criança. O amor maduro não disputa, não cobra, pouco pergunta, menos quer saber.

Teme, sim. Porém, não faz do temor, argumento. Basta-se com a própria existência. Alimenta-se do instante presente valorizado e importante porque redentor de todos os equívocos do passado.

O amor maduro é a regeneração de cada erro. Ele é filho da capacidade de crer e continuar, é o sentimento que se manteve mais forte depois de todas as ameaças, guerras ou inundações existenciais com epidemias de ciúme.

O amor maduro é a valorização do melhor do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa. Ele vive do que não morreu mesmo tendo ficado para depois.

Vive do que fermentou criando dimensões novas para sentimentos antigos, jardins abandonados cheios de sementes. Ele não pede, tem. Não reivindica, consegue. Não persegue, recebe.

Não exige, dá. Não pergunta, adivinha. Existe, para fazer feliz. Só teme o que cansa, machuca ou desgasta.

( Autor Artur da Távola )

GiselleXL disse...

"mal" de poetisa..

=)

rayza. disse...

mas a verdade não está nas entrelinhas?

Anônimo disse...

Palavras são matérias primas estranhas. As vezes tem vida própria. As vezes nos abandonam sem dizer adeus, ou até logo, talvez.
Palavras são matéria prima dos erros e dos acertos. E que difereça faz... Se são sinceras... talvez.
Matéria prima da imprecisão, eis o que são... talvez...